Zé do Caixão em BH, surrealismos no interior, beatniks em Brasília, vilões no Rio, sombras em Curitiba, mulheres no cineclube e no podcast

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Mostra de terror e Zé do Caixão em BH



Em Belo Horizonte, o mês de férias tem clima de terror.  Mas calma, não se assuste! O terror é só na ficção. Isso porque a Fundação Clóvis Salgado está promovendo exibições especiais do gênero, inclusive com a presença ilustre de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. A mostra intitulada “Espasmos do Medo: Terror Anos 90” começou dia 1º de julho e vai até dia 28, fechando a Trilogia do Terror, que anteriormente apresentou filmes dos anos 70 e 80. Na programação desse mês, constam títulos de destaque e diretores renomados, além de obras que, muitas vezes, foram esquecidas pelo grande público e títulos raros do terror japonês.

Além da programação regular, atenção especial deve ser dada à maratona de filmes do dia 22, que resgata produções dos anos 2000 em diante. Serão 20 horas de programação sequencial com direito a um “Café da Manhã Maldito” para quem sobreviver ao terror ininterrupto.  Após a maratona, haverá exibição da quadrilogia “Pânico”, de Wes Craven, que faleceu ano passado. E paralelamente à mostra, no dia 15, o cinema brasileiro é relembrado em uma sessão histórica de três filmes do cineasta José Mojica Marins, no  Parque Municipal Américo Renné Giannetti. O evento integra a programação do 2º Inverno das Artes e trará o cineasta para performar seu famoso Zé do Caixão antes do início das exibições. Imperdível!

Serviço
Espasmos do Medo – Terror Anos 90
De 01 a 28 de julho de 2016
Cine Humberto Mauro: Av. Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte, MG
Entrada gratuita (retirada de ingressos antes das sessões)
Programação e mais informações aqui

Terror no Parque Especial José Mojica Marins | 2º Inverno das Artes
Dia 15 de julho às 19 horas
Parque Municipal Américo Renné Giannetti: Av. Afonso Pena, 1367, Centro – Belo Horizonte, MG
Entrada gratuita (retirada de ingressos no dia 14 de julho)
Programação e mais informações aqui

Cine Sesc percorre as Minas Gerais

Estrada Perdida, de David Lynch
“A Estrada Perdida”, de David Lynch

A programação do Cine Sesc de julho até setembro vai contemplar não só  Belo Horizonte e Região Metropolitana como também cidades do interior do estado, inclusive dos Vales do Mucuri e do Jequitinhonha, simultaneamente. São elas: Araxá, Bom Despacho, Governador Valadares, Januária, Juiz de Fora, Montes Claros, Muriaé, Paracatu, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Lavras, Patos de Minas e Santos Dumont. A iniciativa, que tem exibições gratuitas, busca incentivar a circulação, difusão e acesso a produções cinematográficas nacionais e internacionais.

O tema escolhido para julho é “Surrealismos da Vida Contemporânea”, que traz os filmes “Juan dos Mortos”, de Alejandro Brugués; “Holy Motors”, de Leos Carax; “Atilla Marcel”, de Sylvain Chomet; “A Estrada Perdida”, de David Lynch; e “O Congresso Futurista”, de Ari Folman. Tais obras são calcadas nas características fundamentais do movimento surrealista, que nasceu há mais de 80 anos, mas que continua atual. Utilizando-se de muita criatividade e imaginação, provocam questões políticas, filosóficas, alegóricas, subvertendo ordens e explorando a mente em suas camadas tênues.

Para agosto, o tema será “Precisamos Conversar (+) Sobre o Brasil”, onde quatro obras nacionais serão exibidas: “Uma História de Amor e Fúria”, “Faroeste Caboclo”, “Tropicália” e “O Som ao Redor”. Já em setembro, o tema é “Mulheres Protagonistas” com a exibição dos longas “Lulu Nua e Crua”, “Sudoeste”, “Frances Ha” e “Blue Jasmine”. É, indiscutivelmente, uma programação rica e que, por contemplar a população de cidades sem acesso a toda essa cultura cinematográfica, tem minha admiração. Eu sou do interiorzão e posso dizer que em muitas dessas terrinhas, cinema é luxo.

Serviço
Cine Sesc
De 05 de julho a 30 de setembro de 2016
Entrada gratuita
Programação, endereços da unidades Sesc e mais informações aqui.

Diretores estreantes e conhecidos dividem exibições no Cine Santa Tereza

Os filmes produzidos pelos alunos em fase de conclusão do Curso de Cinema de Animação e Artes Digitais da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG serão apresentados hoje, dia 6 de julho, a partir das 20h horas MIS Cine Santa Tereza. O festival ganhou o nome de Phantasmagoria, trazendo diversas temáticas e diferentes técnicas de animação. É um festival estreante e ainda pequeno, mas que poderá surpreender com suas obras e render outras parcerias e boas ideias tanto para o Cine Santa Tereza quanto para a EBA. Fiquemos de olho!

Já nos dias 7 e 8, a partir das 19h30, acontecerá o Festival do Minuto, que apresentará produções audiovisuais temáticas de até 60 segundos de duração, divididas entre os temas: meu primeiro minuto, amor, nano minuto, música e melhores minutos de 2015. Em “Meu Primeiro Minuto”, serão exibidos vídeos-minuto realizados por profissionais que são destaque no audiovisual como Anna Muylaert, Fernando Meirelles, Beto Brant, Laís Bodanzky, Tata Amaral, Kiko Goifman e outros.

Serviço
MIS Cine Santa Tereza
Rua Estrela do Sul, 89, Santa Teresa – Belo Horizonte, MG
Entrada gratuita
Mais informações: (31) 3277-4699

Geração Beat na capital federal

Drugstore Cowboy, de Gus Van Sant
“Drugstore Cowboy”, de Gus Van Sant

A partir de 11 de julho, estará em cartaz no CCBB de Brasília a Mostra Geração Beat com exibição de longas, médias e curtas-metragens, que mostram como a revolução estética e comportamental operada por esses escritores foi traduzida pela sétima arte. Até o dia 1º de agosto serão exibidos 34 filmes, boa parte inédita no Brasil.

Além da mostra, será realizada uma master class sobre os principais autores da geração, ministrada por Claudio Willer, poeta, ensaísta, crítico e tradutor paulistano responsável pela tradução para o português de livros de, entre outros, Lautréamont, Antonin Artaud e dos beatniks Allen Ginsberg e Jack Kerouac.

Serviço
Geração Beat
De 11 de julho a 1 de agosto
CCBB Brasília: SCES, Trecho 02, lote 22 – Brasília, DF
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Programação e mais informações aqui.

Destilando veneno

Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund
“Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles e Kátia Lund

O CCBB do Rio de Janeiro e de São Paulo propõem uma mostra diferenciada. O objetivo é apresentar filmes e debates que provoquem reflexão sobre como a vilania e suas diferentes manifestações simbólicas são retratadas no cinema brasileiro. A seleção traça um panorama com produções clássicas e contemporâneas, com bandidos, psicopatas, anti-heróis e vilões de todos os tipos.

No Rio, a mostra teve início dia primeiro de julho e vai até dia 25. Já em São Paulo, ela teve início ontem, dia 6, e se encerrará dia 20. Em ambas, além da exibição das obras, haverá uma master class com Hernani Heffner, especialista em História do Cinema, conservador-chefe da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e professor da PUC RJ. Ele divide a curadoria do evento com Roberta Sauerbronn.

Serviço
A Vilania no Cinema Brasileiro
De 01 a 25 de julho (Rio de Janeiro) e de 06 a 20 de julho (São Paulo)
CCBB Rio: R. Primeiro de Março, 66, Centro – Rio de Janeiro, RJ
CCBB São Paulo: Rua Álvares Penteado, 112, Centro – São Paulo, SP
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Programação e mais informações aqui.

Retrospectiva inédita de Murilo Salles

Ainda sobre o cinema brasileiro, outra mostra que contempla a produção nacional é a retrospectiva “O cinema de Murilo Salles – O Brasil em cada plano”, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, de 19 a 31 de julho. Será apresentada a filmografia completa desse cineasta que traz um olhar singular sobre o país, de uma maneira sensível, porém dura. Além dos filmes de sua autoria, em complemento serão exibidos alguns títulos que inspiraram seu trabalho.

Serviço
O cinema de Murilo Salles – O Brasil em cada plano
De 19 a 31 de julho de 2016
Caixa Cultural Rio de Janeiro: Av. Alm. Barroso, 25, Centro – Rio de Janeiro,RJ
Ingressos: R$4 (inteira) e R$2 (meia)
Programação e mais informações aqui.

Novo espaço para se debater as mulheres no cinema

Minha mais nova descoberta e que compartilho como dica é o Cineclube Delas, no Rio de Janeiro. Segundo descrição oficial, trata-se de “um espaço feminista para reflexões acerca da figura do feminino no cinema, suas representações e significados, a fim de promover um debate, sob a perspectiva de gênero, sobre como os filmes desdobram questões pertinentes ao lugar das mulheres na sociedade”.

Os encontros ocorrerão sempre nas segundas quintas-feiras de todo mês, no Tempo Glauber, sendo que sua primeira edição será dia 14 de julho com o curta “Resposta das Mulheres”, de Agnés Varda, e o documentário americano “She’s Beautiful When She’s Angry”, de Mary Dore. Após a exibição dos filmes, haverá uma roda de conversa com a escritora Marcia Tiburi, a professora de filosofia da UFRJ, Susana Castro, e a cineasta Sabrina Fidalgo. A curadoria e mediação é de Camila Vieira e Samantha Brasil. Go on, girls! Fico no aguardo de alguma iniciativa parecida aqui em Belo Horizonte.

Em tempo: se você é realizadora audiovisual e mora no Rio de Janeiro ou esteja de passagem pela cidade, não perca a chamada em aberto para exibir seus filmes no Cineclube Delas!  Basta entrar em contato através do email cineclubedelas@gmail.com

Serviço
Cineclube Delas
Tempo Glauber: Rua Sorocaba, 190, Botafogo – Rio de Janeiro, RJ
Entrada gratuita
Mais informações aqui.

Valorizando e divulgando o trabalho delas

Agnieszka Holland
Agnieszka Holland

Também feminista é a mais nova página Feito Por Elas, que tem o objetivo de divulgar e discutir o cinema realizado por mulheres. Para celebrar a estreia, foi lançado o podcast de mesmo nome, que neste seu primeiro episódio tem as idealizadoras do projeto, Angélica Hellish e Isabel Wittmann, juntamente com Stephania Amaral, falando sobre a premiada diretora polonesa Agniezka Holland. A cada nova edição, uma nova diretora será tema da discussão. Nas redes sociais, o Feito Por Elas traz notícias, vídeos e comentários relacionados.

Teatro de sombras

Foto: Marco Aurelio Olimpio
Foto: Marco Aurelio Olimpio

Saindo um pouco da cinefilia e pescando dicas de outras artes visuais e cênicas, achei interessante o evento de teatro de sombras que a Caixa Cultural de Curitiba está promovendo. Nos dias 9 e 10 de julho haverá apresentação da peça “A Cortina da Babá”,  baseada em obra infantil da escritora inglesa Virginia Woolf e que utiliza técnica aprendida com o especialista chinês, Liang Jun, diretor da maior companhia de teatro de sombras da China.

A técnica de sombras com silhuetas coloridas – que ficou conhecida como sombra chinesa – revela o colorido e transparências que dão um ar mágico aos bonecos. A tradicional movimentação das silhuetas por meio de varas, feita por trás da tela, é a técnica de base do espetáculo. Segundo informações da assessoria de imprensa, o espetáculo, conduzido pelo Grupo Sobrevento, vai muito além disso, causando uma ruptura com a técnica ortodoxa em prol de um estilo mais contemporâneo, por meio da utilização de diferentes suportes de projeção, materiais e fontes de luz. Fiquei curiosa. E você?

Serviço
A Cortina da Babá
9 de julho (sábado) às 15h e 18h e 10 de julho (domingo) às 15h
Caixa Cultural de Curitiba: R. Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba, PR
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Mais informações aqui.

Até o próximo Transmissor!