Centro Cultural UFMG realiza mostra de filmes para apreciar o cinema iraniano

O Centro Cultural UFMG realiza no mês de abril a Mostra Novo Cinema Iraniano, dentro do projeto CineClássico Quarentena. O público poderá ver online uma seleção de filmes de alguns dos mais influentes diretores do Irã. Por meio do cinema, eles descontruíram muitos estereótipos veiculados pela mídia ocidental sobre o país, demonstrando a multiplicidade de pensamentos, posições e significados, apesar dos conflitos internos e externos, e as tradições religiosas rigorosas e limitantes da sociedade iraniana.

O cinema iraniano ficou paralisado após a Revolução Islâmica, de 1979 a 1983. Em seu ressurgimento, apresentou ao mundo cineastas com olhar de qualidade estética e humanística, construindo narrativas reflexivas, aparentemente simples do cotidiano da população, em meio às dificuldades econômicas, sociais e culturais. Esses diretores conquistaram prêmios nos mais renomados festivais e premiações do mundo, mas a forte censura do governo do país levou muitos deles à prisão ou ao exílio.

"A Maçã" (Sib, 1998), de Samira Makhmalbaf - Divulgação
“A Maçã” (Sib, 1998), de Samira Makhmalbaf – Divulgação

A programação da Mostra Novo Cinema Iraniano reúne obras representativas de cineastas como Abbas Kiarostami, Asghar Farhadi, Jafar Panahi, Majid Majidi, Mohsen Makhmalbaf e Samira Makhmalbaf, entre outros. Seus filmes misturam documentário e ficção, tentando se aproximar da realidade de maneira natural, despretensiosa e poética, com temáticas muitas vezes baseadas em valores universais, como infância, juventude, morte, amor e amizade.



Os filmes podem ser vistos através dos links fornecidos pelo Centro Cultural UFMG, às terças e quintas-feiras de abril, através das redes sociais, Facebook, Instagram, Twitter, além do YouTube. Outras informações podem ser obtidas também pelo site www.ufmg.br/centrocultural.

Confira a programação:

1º de abril – Gosto de Cereja (Ta’m e guilass – título original, drama, 1997, Irã, França, direção: Abbas Kiarostami, 95’, livre).

Acompanhamos o Sr. Badii (Homayoun Ershadi) viajando de carro pelos campos do Teerã, procurando alguém que esteja disposto a ajudá-lo em um plano que reflete toda a sua amargura e solidão.

6 de abril – A Separação (Jodaeiye Nader az Simin – título original, drama, 2011, Irã, França, Austrália, direção: Asghar Farhadi, 123’, livre).

Após se divorciar da esposa Simin (Leila Hatami), Nader (Payman Maadi) é obrigado a contratar uma jovem para tomar conta de seu pai idoso, que sofre de Alzheimer em estágio avançado, mas sua vida vira um inferno.

8 de abril – Tartarugas Podem Voar (Lakposhtha parvaz mikonand – título original, drama, Guerra, 2004, Irã, França, Iraque, direção: Bahman Ghobadi, 98’, livre).

Em uma vila de curdos no Iraque, na fronteira entre o Irã e a Turquia, pouco antes do ataque americano contra o país, os moradores locais buscam desesperadamente uma antena parabólica na intenção de ter notícias via satélite.

13 de abril – O Jarro (Khomreh – título original, drama, família, 1992, Irã, direção: Ebrahim Forouzesh, 86’, livre).

Numa aldeia iraniana no deserto, um grande problema tem início quando o jarro que serve para matar a sede dos alunos da escola local fica trincado. A comunidade descobre a solidariedade que os une na tentativa de resolver o problema.

15 de abril – E Buda Desabou de Vergonha (Buda as Sharm Foru Rikht – título original, drama, guerra, 2007, Irã, direção: Hana Makhmalbaf, 81, livre).

Nas ruínas das esculturas ancestrais de Bamiyan ainda vive uma população muçulmana onde encontramos a pequena Bakhtay, uma menininha de seis anos de idade que sonha em ir à escola aprender a ler e a escrever.

20 de abril – Táxi Teerã (Taxi – título original, comédia, drama, 2015, Irã, direção: Jafar Panahi, 82, livre).

Depois de ser preso e proibido pelo governo iraniano de fazer filmes, Jafar Panahi decide burlar as regras e filmar secretamente. Disfarçado de taxista, o diretor recebe moradores comuns de Teerã em seu carro e filma discussões sobre o cotidiano e a política do país. O filme ganhou o Urso de Ouro em Berlim.

22 de abril – Filhos do Paraíso (Bacheha-Ye aseman – título original, drama, família, esporte, 1997, Irã, direção: Majid Majidi, 89, livre).

Um menino perde os sapatos de sua irmã mais nova e, para resolver a situação, decide dividir com ela o seu único par.

27 de abril – O Ciclista (Bicycleran – título original, drama, 1989, Irã, direção: Mohsen Makhmalbaf, 82, livre).

Nasim (Moharram Zaynalzadeh), um imigrante afegão que mora no Irã, precisa reunir a maior quantia de dinheiro possível para poder bancar o tratamento de sua esposa, que está gravemente enferma. Para juntar o dinheiro necessário, ele aceita ser um ciclista em um emprego peculiar que atrai a atenção das autoridades, que passam a acreditar que ele é um espião estrangeiro.

29 de abril – A Maçã (Sib – título original, drama, 1998, Irã, França, Países Baixos, direção: Samira Makhmalbaf, 86’, livre).

Duas garotas vivem trancadas em casa por seus pais, um homem desempregado e sua mulher cega, durante onze anos. Os vizinhos chamam os serviços sociais para investigar a situação e elas têm que lidar com o mundo exterior pela primeira vez.

Com informações da assessoria de imprensa do Centro Cultural UFMG.