"As Feras" (1995), de Walter Hugo Khouri - Divulgação
"As Feras" (1995), de Walter Hugo Khouri - Divulgação

Mostra Curta Circuito celebra Amores Brasileiros em sua 23ª edição

A mostra Curta Circuito chega à 23ª edição ainda mais apaixonada pelo cinema brasileiro. De 16 de maio a 25 de julho, a mostra exibe, de graça, sete longas-metragens clássicos nacionais produzidos a partir de 1970.

Com o tema “Amores Brasileiros”, a programação ocupa o Cine Humberto Mauro, em Belo Horizonte, com sessões quinzenais (às terças-feiras), às 19h30, seguidas de bate-papos. Na noite de abertura, neste 16 de maio, o Curta Circuito exibe o filme “As Feras” (1995), dirigido por Walter Hugo Khouri, com a presença de convidados: o crítico Daniel Salomão Roque, a atriz e musa dos anos 1990, Cláudia Liz, e Donny Correia, crítico e especialista na obra do diretor paulistano falecido em 2003. Os três irão participar de um bate-papo com o público após a sessão. O debate também será gravado e disponibilizado posteriormente no YouTube da mostra.

Como não poderia deixar de ser, o cenário temático — já característico das sessões do Curta Circuito — movimenta a entrada do Cine Humberto Mauro. Com o propósito de interagir com o público dentro do tema desta edição, uma tenda de tarô foi montada para leitura gratuita de cartas. Mas atenção: a ação será realizada trinta minutos antes de cada sessão, com atendimento exclusivo para o público da mostra, por ordem de chegada.



"A Menina do Lado" (1987), de Alberto Salvá - Divulgação
“A Menina do Lado” (1987), de Alberto Salvá – Divulgação

Amores Brasileiros

Este ano, o recorte da 23ª mostra Curta Circuito apresenta um retrato cinematográfico do Brasil de diferentes épocas, com suas formas distintas e, por vezes, similares de representar o amor na tela. A ideia é estimular o debate sobre as diversas formas de amar, sobre questões sociais e comportamentais, retratando, neste processo, a evolução da própria sociedade e do cinema brasileiro.

“Quando escolhemos falar de amor, principalmente nesse contexto de retomada pós-pandemia, estamos falando não só de nós ou do que se vê na tela, mas também sobre quem a assiste, o público, sobre a importância de demonstrar amor pela produção cinematográfica nacional indo ao cinema”, enfatiza Daniela Fernandes, diretora da mostra.

Integrante da equipe de críticos do 23º Curta Circuito, a pesquisadora e professora Eliska Altmann ressalta a importância do tema desta edição: “Que a temática da 23ª edição da Mostra Curta Circuito seja visionária num Brasil que renasce em 2023. E que o amor – para além de uma ‘afeição profunda por uma pessoa’ – nos guie, revolucionariamente, em direção a uma ‘sociedade amorosa’. Em outras palavras, que o niilismo da cultura contemporânea do desamor seja transmutado pelo amor como ação e construção ética”, finaliza.

Todas as sessões da 23ª edição da mostra Curta Circuito têm entrada franca. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Cine Humberto Mauro, 30 minutos antes de cada sessão. Consulte a programação e mais detalhes sobre os filmes no site oficial da mostra.

Os filmes do 23º Curta Circuito:

Baixo Gávea | Dir. Haroldo Marinho Barbosa  | RJ, 1986, 110 minutos 

As questões existenciais de duas jovens que moram juntas e querem produzir uma peça teatral baseada no poeta português Fernando Pessoa. O Baixo Gávea é uma região do Rio de Janeiro repleta de bares onde atores e outros artistas costumavam se reunir.

Canastra Suja |Dir. Caio Sóh | RJ, 2018, 120 minutos

Quem vê Batista (Marco Ricca) e Maria (Adriana Esteves) andando pela rua com seus três filhos, Pedro (Pedro Nercessian), Emília (Bianca Bin) e Rita (Cacá Ottoni), acha que o grande problema deles é a filha caçula que sofre de autismo. Porém, as questões dessa família são bem mais complicadas. Batista é um alcoólatra tentando abandonar o vício por insistência familiar. Maria é uma esposa dedicada que vive um caso tórrido com o Tatu (David Junior), namorado de sua filha Emília, que se faz de pudica, mas seduz Lucas (João Vancini), seu patrão. Pedro, o primogênito, está perdido na entrada da vida adulta. Durante a trama, o conceito familiar desaba aos poucos.

Elvis e Madona |Dir. Marcelo Laffitte | RJ, 2010, 105 minutos

A partir de um encontro inusitado surge a história de amor entre Elvis, uma entregadora de pizza, e Madona, um travesti que sonha em produzir um espetáculo de Teatro de Revista, nascendo uma atração que logo se transforma em desejo, paixão e amor, numa trajetória que mistura muito humor, drama e alguma dose de suspense.

As Feras | Dir. Walter Hugo Khouri | SP, 1995, 102 minutos 

Quando criança, Paulo sentia uma paixão obsessiva pela prima, Sônia. Além de ser mais velha, ela mantinha um relacionamento com Silvia, razão de profundo sofrimento para o menino. Já adulto, Paulo revive o drama quando sua mulher, Ana, decide entrar para uma companhia de teatro.

A Menina do Lado |Dir. Alberto Salvá | RJ, 1987, 83 minutos 

Mauro (Reginaldo Faria) é um jornalista de 45 anos, que aluga uma casa em Búzios com o objetivo de terminar o livro que está escrevendo. Na casa ao lado da sua está Alice (Flávia Monteiro), jovem de apenas 14 anos que está de férias. Solitária e afável, aos poucos Alice vai conquistando Mauro que, contrariando todas as expectativas, se descobre apaixonado por ela.

Minha namorada |Dir. Zelito Viana e Armando Costa | RJ, 1971, 86 minutos 

“Minha Namorada” é a história de Maria, uma garota que, junto com seus jovens pais, pertence à moderna família brasileira. Noiva de um homem mais velho, sério e de ideias conservadoras. Maria vive numa estabilidade que seria perfeita se não aparecesse Pedro, um músico jovem, despreocupado e que personifica o verdadeiro amor e a verdadeira felicidade.

São Paulo em Hi-Fi |Dir. Lufe Steffen | SP, 2016, 101 minutos

Documentario que resgata a era de ouro da noite gay paulistana nas decadas de 60, 70 e 80 – com as casas noturnas, as transformistas, os militantes, em plena epoca da ditadura militar.