"O Que é Isso, Companheiro?" (1997), de Bruno Barreto - Divulgação
"O Que é Isso, Companheiro?" (1997), de Bruno Barreto - Divulgação

Mostra “Resistências Cinematográficas” exibe filmes sobre ditadura e repressão em BH

Mostra “Resistências Cinematográficas” exibe filmes sobre ditadura e repressão em BH

De 27 de maio a 1º de junho, o Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, recebe a mostra Resistências Cinematográficas, que faz parte da segunda edição do projeto Viva Cinemateca. Serão exibidos 16 filmes, entre longas e curtas, que tratam de diferentes momentos da repressão política no Brasil, em especial o período da ditadura militar. A entrada é gratuita.

A iniciativa é da Cinemateca Brasileira. A mostra já passou por cidades como Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Porto Alegre, e seguirá em itinerância por outras três capitais brasileiras — Belém, Manaus e Porto Velho — ao longo de 2025.

Entre os destaques da programação estão títulos como “O Caso dos Irmãos Naves” (1967), de Luiz Sérgio Person, que retrata um erro judicial durante o Estado Novo, e “O Que é Isso, Companheiro?” (1997), de Bruno Barreto, indicado ao Oscar, que trata do sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick.

O documentário “Cidadão Boilesen” (2009), de Chaim Litewski, aborda o financiamento da repressão durante a ditadura, enquanto “Jardim de Guerra” (1968), de Neville D’Almeida, ganha exibição em versão não censurada. A violência contra povos indígenas também está presente na programação, com o filme “Arara: Um Filme Sobre um Filme Sobrevivente” (2017), de Lipe Canêdo.

"O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" (2006) - Foto: Divulgação
“O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006) – Foto: Divulgação

A programação também inclui “Pra Frente Brasil” (1982), de Roberto Farias, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006), de Cao Hamburger, e o clássico “Cabra Marcado Para Morrer” (1984), de Eduardo Coutinho, cujas filmagens foram interrompidas pelo golpe militar de 1964 e retomadas quase duas décadas depois.

A mostra oferece também alegorias políticas que examinam a complexidade das estruturas de poder e a opressão. Na fictícia nação latino-americana de Eldorado, Glauber Rocha reflete as tensões políticas, sociais e culturais da época em “Terra em Transe” (1967). Também ambientado em um país fictício na América Latina, o curta baseado no conto homônimo de Olney São Paulo, “Manhã Cinzenta” (1969), critica o autoritarismo com imagens impressionantes das manifestações de rua de 1968.

Reforçando: as sessões acontecem no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro), com entrada gratuita. A programação completa pode ser consultada no site da Fundação Clóvis Salgado.

Mostra “Resistências Cinematográficas” exibe filmes sobre ditadura e repressão em BH