Nezouh (2022), de Soudade Kaadan - Foto: Divulgação

CCBB RJ recebe 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino com sessões grátis

Até o dia 10 de abril próximo, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) exibe a 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino, oferecendo ao público, gratuitamente, a oportunidade de conhecer 34 obras cinematográficas dirigidas por mulheres árabes que residem ou não nos países do Oriente Médio e que retratam a diversidade do cinema árabe contemporâneo. As cineastas são oriundas de oito países: Egito, Líbano, Palestina, Sudão, Iêmen, Síria, Argélia e Marrocos. A entrada é gratuita e os ingressos estão disponíveis na bilheteria física do CCBB RJ ou no site, a partir das 9h do dia da sessão. O patrocínio é do Banco do Brasil.

Segundo a sócia da Partisane Filmes, Analu Bambirra, que divide a curadoria da mostra com a brasileira Carol Almeida e a egípcia Alia Ayman, a maioria dos filmes que serão apresentados é inédita no Brasil. A seleção foi feita a partir de pesquisa entre festivais e curadores de cinema. Ao longa da mostra, questões políticas e sociais, vivências LGBTQIAP+, masculinidades, família, entre outros temas, são apresentados na tela do Cinema 1 do CCBB RJ. A programação completa pode ser acessada aqui.

Debates e masterclass

Também diretora e produtora da Mostra de Cinema Árabe Feminino, Analu Bambirra destacou dois filmes, cujas realizadoras estarão no Brasil para debate com o público do Rio de Janeiro. O primeiro é Miguel’s War (A Guerra de Miguel), de Eliane Raheb. Inédito no Brasil, esse é o quarto longa-metragem da diretora libanesa e aborda a trajetória de um homem gay que escapa do país e retorna mais de 30 anos depois, revisitando o passado. Ele estreou no Panorama da Berlinale em 2021 e ganhou o Teddy de melhor longa-metragem, o Grande Prêmio do Júri no NewFEST, o prêmio de documentário no festival de cinema LGBT de Paris e o de melhor documentário no Festival de Cinema de Mizna. Eliane Raheb vai comentar seu filme no dia 6 de abril, quinta-feira. Antes, no dia 2, domingo, ela ministra a masterclass “Construção de personagens no cinema documental”. Para a masterclass, a inscrição é prévia. Mais informações podem ser obtidas pelas redes sociais do CCBB.



Miguel’s War (2021), de Eliane Raheb – Foto: Divulgação

O segundo filme, já exibido nos cinemas brasileiros, é assinado pela premiada diretora síria Soudade Kaadan, nascida na França e radicada na Inglaterra. Ela vai comentar seu filme “Nezouh” no dia 7 de abril, sexta-feira. O drama apresenta a história da adolescente Zeina, de 14 anos, e sua família, que são os últimos moradores a resistir a um bombardeio em sua cidade natal sitiada, Damasco, na Síria. “É um filme muito forte e ela vai conversar com o público também”, comentou a curadora.

A mostra tem, ainda, uma mesa redonda sobre  “Transbordamentos e ancoramentos: mulheres do Oriente Médio em movimento”, com as palestrantes Daniele Regina Abilas, Mirian Alves e Ana Raietparvar, todas do Núcleo de Estudos do Oriente Médio da Universidade Federal Fluminense (NEOM/UFF), no dia 1º de abril, sábado, às 14h.

Estreias e homenagens

Alguns dos longas que estreiam no Brasil são “Foragers”, da palestina Jumana Manna; “Purple Sea”, de Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed; “The Zerda and the Songs of Forgetting” e “La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua”, ambos da escritora argelina Assia Djebar, falecida em 2015; e “The hour of liberation has arrived”, da diretora libanesa Heiny Srour, considerado o primeiro longa-metragem de uma mulher árabe a ser selecionado para o Festival de Cannes, em cópia restaurada do filme.

Entre os 21 curtas da programação, 14 também são estreias no Brasil. Entre eles, destaque para “As If No Misfortune Had Occurred in the Night”, realizado pela diretora palestina Larissa Sansour; a trilogia “Life on the Caps”, da artista marroquina Meriem Bennani; e “The Window”, da libanesa Sarah Kaskas.

Durante a mostra, acontecem homenagens às realizadoras Meriem Bennani, artista visual marroquina que trabalha com animação e arte contemporânea, Azza El Hassan, diretora palestina que fundou o projeto de restauração fílmica, curadoria e produção chamado “The Void Project”, e Basma Alsharif, artista visual e diretora de origem palestina.

Depois do Rio de Janeiro, a 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino seguirá para o CCBB Brasília e o CCBB São Paulo.

Com informações da Agência Brasil.