300

“300” deveria vir com um comunicado antes de cada exibição, com os seguintes dizeres:



– “O Ministério da Saúde adverte: este filme causa sobrecarga na produção de testosterona.”

Baseado na homônima graphic novel do mestre Frank Miller e dirigida por Zack Snyder em uma premissa muito similar a “Sin City”, também baseado em uma obra de Miller, todos os cenários foram gerados por computador, mas a fotografia do filme de Snyder é muito mais bonita do que a do filme dirigido por Robert Rodriguez. Infelizmente, esse é o único ponto, porque no conceito geral, “Sin City” é bem superior.

Snyder não se fez por rogado e fez seu elenco passar por um treinamento pesado para atingir o condicionamento físico dos personagens, , algo que é aparente na tela o tempo todo (só para você ter uma idéia, em um dos vídeos lançados durante a produção do filme vários atores são mostrados arrastando pneus de trator). Talvez ele devesse ter perdido um pouco do tempo contratando um profissional para melhorar o sotaque escocês de Gerard Butler, muito pesado por sinal. David Wenham também incomoda um pouco como o narrador, mas no caso dele não é o sotaque, e sim a voz. Mas nada disso atrapalha a experiência de assistir a um filme tecnicamente tão impressionante. Todos parecem estar bem a vontade nos seus papéis, até mesmo o nosso compatriota Rodrigo Santoro.

Com várias seqüências de batalha, Snyder utiliza com inteligência a câmera lenta para demonstrar a habilidade dos espartanos em combate, sem irritar o espectador, que ainda tem a possibilidade de examinar cada movimento dos personagens, coreografados como uma espécie de balé sangrento. E sangue, por sinal, não falta: o vermelho rubro é ressaltado e valorizado devido aos filtros usados na fotografia do filme, indo desde o excesso de sangue às capas vermelhas de cada um dos 300 espartanos durante cada batalha.

Assim como “Comando Para Matar”, “Rambo II – A Missão” (nada de “Rambo – Programado Para Matar” porque esse ainda é muito sensível), “Conan, o Bárbaro” e “Perseguidor Implacável”, “300” é um filme de macho feito para macho, uma categoria que estava necessitando de um bom exemplar já faz algum tempo.

Vale uma ida ao cinema.

300 (300, 2007, EUA), dir.: Zack Snyder – 30 de março nos cinemas brasileiros.