"Um velho e surrado pedaço de carne"

O filme que eu vou lamentar não estar concorrendo ao Oscar no próximo dia 22 não é “Batman” ou “WALL•E”. A Academia falhou ao não indicá-los, mas deixar “O Lutador” de fora prova definitivamente o quanto esse povo é igual a um azulejo: chato, quadrado e frio. Uma volta por cima, uma virada na carreira, chame como for, “O Lutador” representa isso não só para Mickey Rourke, como vem sendo alardeado na mídia desde Veneza, mas também para Darren Aronofsky e, por que não, Marisa Tomei. Um filme sobre pessoas que vivem à margem da sociedade, feito por profissionais que também trabalham nas beiradas do cinema americano. E Aronofsky, com sua câmera perseguindo os personagens na maior parte do tempo, busca envolver o espectador, levá-lo para aquele microcosmo aparentemente grosseiro, mas que se revela extremamente confortável. Gostei demais e volto a dizer: só mesmo se Rourke ganhar o Oscar para valer a pena varar a madrugada este ano. Mas como a Academia é chata, quadrada e fria… Acho melhor a gente torcer para Rourke desafiar Harvey Weinstein para um mano-a-mano num ringue. A crítica, em breve.