Em formato virtual, 24º forumdoc.bh exibe 71 filmes e realiza tradicional fórum de debates

Em formato virtual, o forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte chega a sua 24ª edição, de 19 a 28 de novembro. Com o tema “Esta terra é a nossa terra”, a programação deste ano conta com 71 filmes organizados em três mostras centrais. Há também o tradicional Fórum de Debates com uma série de encontros, mesas, masterclass, entrevistas e mais. As atividades são totalmente gratuitas, com os debates transmitidos ao vivo pelo canal do Youtube do festival e os filmes exibidos em plataforma própria no site oficial.

A abertura apresenta os filmes “Tentehar – Arquitetura do Sensível” (DF/RJ, 2020) e “O que Há em Ti”, de Carlos Adriano (SP, 2020). Acompanham a sessão, o debate com Paloma Rocha e Luís Abramo, diretores do filme “Tentehar”, mediado por Daniel Ribeiro e Júnia Torres, integrantes da equipe de programação.

Mostra Temática “Esta terra é a nossa terra”



Com 23 filmes históricos estrangeiros e brasileiros organizados em 10 sessões, esta mostra tem curadoria assinada por Carla Italiano, Ewerton Belico e Milene Migliano. A seleção traz narrativas que se valem da relação entre realizadoras e realizadores e movimentos sociais dedicados às lutas fundiárias, urbanas e rurais.

Entre os destaques internacionais, estão trabalhos históricos de cineastas notórios como Shinsuke Ogawa, do Japão, que assina o longa “Narita: the Peasants of the Second Fortress” (1971); Alanis Obomsawin, do Canadá, diretora de “Kanehsatake – 270 years of resistance” (1993); Anand Patwardhan, da Índia, autor de “A Narmada Diary” (1995); Omar Amiralay, da Síria, diretor de “Everyday life in a Syrian Village” (1974) e Kamal Aljafari, da Palestina, responsável por “The Roof” (2006).

Entre os nacionais, “Fim de Semana” (SP, 1976), de Renato Tapajós, e “Mulheres no Front” (PE/RJ/RS, 1996), de Eduardo Coutinho, são dois dos títulos da grade “Lutar, morar, construir”. Destaque também para “A Classe Roceira” (PR, 1985), de Berenice Mendes, que testemunha os primórdios do MST num acampamento rural paranaense em prol da reforma agrária e o lançamento do longa indígena maxakali “Nũhũ yãgmũ yõg hãm: Essa terra é nossa!” (MG, 2020), de autoria dos cineastas Isael Maxakali e Sueli Maxakali em conjunto aos pesquisadores e realizadores Carolina Canguçu e Roberto Romero. Os trabalhos estão na grade “Cantar o solo”, que traz um recorte da terra e o seu potencial de vida.

“Mulheres no Front”, de Eduardo Coutinho – Foto: Antonio Luís Mendes

Mostra Contemporânea Brasileira

Esta mostra exibe 36 títulos nacionais produzidos em 2019 e 2020, oriundos de 13 estados brasileiros e do Distrito Federal, incluindo coproduções nacionais e uma internacional, feita em parceria entre Pernambuco e Colômbia. De acordo com os curadores André Novais de Oliveira, Daniel Ribeiro, Júnia Torres e Luisa Lanna, foi um número expressivo de inscritos, e isso é resultado da política de incentivo ao audiovisual implementada em gestões anteriores à do atual Governo Federal.

Destacam-se produções do Pará e do Mato Grosso com documentários de autoria indígena. Serão exibidos os curtas “Xandoca” (MT), de Takumã Kuikuro, e “Topawa” (PA), de Kamikia Kisedje e Simone Giovine, além do longa Ingrõny, Pisada Forte (PA), do Coletivo Beture de Cineastas Mebengokre. Na seleção de produções mineiras, estão os trabalhos “Morde & Assopra”, de Stanley Albano; “Mineiros”, de Amanda Dias; e “Entre Nós Talvez Estejam Multidões”, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito, este último uma coprodução mineira com Pernambuco.

Também constam filmes premiados como “A Morte Branca do Feiticeiro Negro” (SC), de Rodrigo Ribeiro; “O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels” (RJ), de Tiago Carvalho; “Pajeú” (CE), de Pedro Diogenes; e “Cadê Edson?” (DF), de Dácia Ibiapina – sobre este último, ouça nosso podcast com a diretora aqui. Entre as estreias, estão os trabalhos de “Yaõkwa – Imagem e Memória” (PE/MT), de Vincent Carelli e Rita Carelli; “Belos Carnavais” (SP), de Thiago B. Mendonça; “Entre Nós e o Mundo (SP), de Fabio Rodrigo; e “Território Suape” (PE), de Cecilia da Fonte, Laércio Portela e Marcelo Pedroso.

Sessões Especiais

Compostas por 10 filmes destacados pelo festival, as Sessões Especiais trazem realizadores, linguagens e temáticas com as quais o forumdoc.bh.2020 estabelece relações especiais há vários anos, como o protagonismo e as questões indígenas ou filmes de caráter etnográfico e político marcado. Entre as produções selecionadas para essa grade, estão os filmes “#eagoraoque” (2020), de Jean-Claude Bernardet e Rubens Rewald; “A Flecha e a Farda” (2020), de Miguel Antunes Ramos; e “Favela é Moda” (2019), de Emílio Domingos.

Debates, seminário e masterclass

Sete encontros com realizadoras e realizadores da Mostra Contemporânea Brasileira vão projetar discussões sistematizadas em torno dos filmes organizados em diferentes temáticas: cinema-território; retratos indígenas: memória e imagens de si; pelo Atlântico Negro; sobre poemas e invenções formais; demarcar telas; cosmologias, religião e o corpo em performance; e cinema: corpo-político periférico. Já o seminário “Esta terra é a nossa terra”, organizado em quatro mesas de debate entre 23 e 26 de novembro, com inscrições prévias, propõe atualizar as discussões a respeito das diversas lutas pela terra. E a masterclass “O filme ensaio e as margens entre as imagens”, com a realizadora Joana Pimenta, de Portugal, está agendado para o dia 28 de novembro, às 16h, para os inscritos previamente, e abordará como o filme-ensaio é uma forma possível de etnografia sensorial.

SERVIÇO
forumdoc.bh.2020 – 24º Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte
De 19 a 28 de novembro de 2020
Online | Gratuito
Programação completa e mais informações aqui

Com informações da assessoria de imprensa do forumdoc.bh.2020.