A Árvore da Vida

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A vida nos trás surpresas, nem todas boas. A morte repentina de um ente querido pode levar ao questionamento básico: “Por quê isso aconteceu?” Explicações podem ser buscadas na religião (ou na falta de religião), na história, na memória, no desconhecido. Fato é que o ser humano racionaliza tudo, e ignora que é fruto da própria natureza, esta uma entidade irracional.

 

Em “A Árvore da Vida”, Terrence Malick novamente se embrenha na natureza, e de uma maneira muito mais radical do que em seu filme anterior, “O Novo Mundo”, onde a relação do homem com a água, a terra, a vegetação, o ar é parte fundamental para a compreensão do que o cineasta está dizendo.



 

Malick novamente subverte a montagem tradicional. Sua narrativa é quebrada, mas ao mesmo tempo não deixa de ser linear. Se em “2001: Uma Odisséia no Espaço” Stanley Kubrick catapulta o homem da pré-história direto para uma estação espacial milhares de anos no futuro, aqui Malick não teme levar o espectador de volta à criação do universo, num passeio hipnotizante em nosso passado mais básico, capaz de deixar a plateia flutuando.

 

Mais uma vez, como em outros dos filmes de Malick, você é colocado diante de ideias e reflexões em forma de imagens, aparentemente desconexas. E há uma história sendo contada, por mais que não pareça.

 

Muito mais do que um filme, “A Árvore da Vida” é um estado de espírito. Veja e reveja. Cinema assim não se tem todo dia.